Trabalhadores rurais possuem papel essencial na transformação do agronegócio brasileiro

Produtores estão buscando qualificação para se adequarem às mudanças no setor que segue em constante evolução baseada em tecnologia e ferramentas de otimização

O agronegócio brasileiro cresceu 2,06% no último mês de 2020, segundo cálculo realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O PIB do setor avançou 24,31% no ano passado e alcançou participação de 26,6% no PIB brasileiro. Mesmo sob as circunstâncias ocasionadas pela pandemia da COVID-19, o agro teve impacto positivo e segue entregando grande quantia.

Em valores monetários, o PIB do país totalizou R$ 7,45 trilhões em 2020, e o PIB do agronegócio chegou a quase R$ 2 trilhões. E a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo faz parte desse número, pois no último ano a Coplacana ultrapassou a marca de R$ 2 bilhões em vendas pela primeira vez em seus mais de 70 anos de história.

Quem está por trás desse aumento constante de números de sucesso é o trabalhador rural, que se dedica às culturas e busca inovação na produção no campo. Trabalhar no campo vai muito além do esforço manual. Cuidar da terra, preparar o solo, acompanhar o plantio, a colheita, fazer o manejo de pragas e doenças, estar atento às condições climáticas, a saúde dos bovinos, isso e muito mais se dá através do empenho e do esforço do produtor rural para que a produtividade e o lucro estejam sempre atrelados.

Com a ampla produção, o agro brasileiro entrou para o cenário de exportações, atingindo destaque nos últimos anos. Levantamento da Embrapa, por meio do estudo “Visão 2030: O futuro da agricultura brasileira”, mostrou que nos últimos 40 anos o Brasil se tornou um grande provedor de alimentos para o mundo.

“O médio e pequeno produtor tem papel fundamental na produção de alimentos. E a Coplacana já nasce em seu DNA com o objetivo de juntar produtores menores e disponibilizar o poder de escala e barganha, para que ele compre insumos, negocie melhor sua safra e tenha suporte técnico agronômico. As cooperativas são fundamentais para ajudar os médios e pequenos produtores a prosperar”, relata Roberto Rossi, Diretor de Negócios da Coplacana.

O agro está presente em tudo: na alimentação, roupas, passando pelos biocombustíveis, móveis, objetos de decoração, instrumentos musicais e o que mais se possa imaginar. Porém, boa parte dessa produção provém de pequenos produtores e de agricultores familiares, que muitas vezes precisam de assistência na implantação e condução das lavouras e criações.

“A Coplacana possui no campo cerca de 90 consultores técnicos de vendas, que são agrônomos e técnicos de vendas formados, prontos para orientar o pequeno e o médio produtor a cultivar, manejar as culturas da melhor forma do ponto de vista agronômico, racionalização de custos e de melhor retorno de investimento”, comenta Rossi.

A agricultura familiar é responsável por 75% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. São, em média, 84% dos estabelecimentos agropecuários que respondem por aproximadamente 38% de participação no valor bruto da produção do meio rural, segundo o último levantamento agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse setor está sendo mais valorizado no país e essa constante expansão está fazendo com que os trabalhadores rurais busquem qualificações para desenvolverem uma melhor performance no campo, com base em otimização, inovação e tecnologia. Com isso, o perfil dos profissionais do campo está passando por modificações.

Desenvolvedores de software, pesquisadores, cientistas da computação, gerente de dados, técnicos e novos modelos de pessoas capacitadas estão tomando conta do setor, dentro e fora da fazenda, conseguindo aumentar a produtividade e a eficiência nas operações.

“O perfil do trabalhador rural está mudando e deve seguir passando por mudanças com maior frequência. Não apenas o perfil do proprietário da terra, mas também o colaborador que está executando a atividade no campo. Muitas vezes o cooperado deseja implantar um serviço, só que o nível social, intelectual, daquele colaborar, talvez não esteja no nível de implementação da tecnologia. Por isso, se faz necessário a capacitação dos colaboradores que estão à frente dos serviços”, aponta Klever Coral, Gerente de Inovação do Avance Hub.

Os novos produtores rurais passaram a entender que contar com uma equipe qualificada é um investimento fundamental para garantir bons resultados. É preciso unir conhecimento técnico ao administrativo para maior qualificação agropecuária.

“Essa mudança funciona em conjunto. A implementação da inovação dentro da área rural precisa acontecer de cima para baixo, fazendeiro, proprietário, mas também dos produtores rurais que estão no entorno, ou seja, todos que fazem parte da área de inovação, comenta Coral.

Tecnologia no campo auxilia o trabalhador rural

O agronegócio está em constante evolução, e a tecnologia serve como aliada para otimização dos produtores rurais. O uso de ferramentas inovadoras nunca esteve tão presente no setor. Os sistemas de posicionamento global, mais conhecidos como GPS, foram as primeiras ferramentas adotadas no trabalho no campo. Tratores guiados para plantação de sementes, aplicação de pesticidas e principalmente nos processos de colheita, já fazem parte da realidade agrícola e possibilitam ganho de performance e redução dos tempos de parada.

“A inovação é essencial para o trabalho no campo. Com ela nós aumentamos a produtividade, temos redução de custos, melhor performance no que está sendo executado. A inovação é uma ferramenta que agrega funções no cotidiano do trabalhador rural. Ela pode ser aplicada de diversas formas, desde um simples equipamento, que pode estar acoplado a um trator, fazendo alguma medição ou uma estação meteorológica, que nos dá informações. Esse conjunto de dados faz com que o trabalhador rural consiga performar da melhor forma possível”, diz Coral.

Os trabalhadores rurais não dependem mais unicamente da mão de obra manual para tratar da lavoura. A aplicação de pesticidas e fertilizantes, por exemplo, é feita através de drones e VANTs, que calculam uniformemente toda a plantação. Com o uso dessa tecnologia é possível evitar desperdício, garantindo sustentabilidade e assertividade, ao cuidar de cada área de maneira singular.

Aplicativos e sistemas integrados também estão sendo utilizados para monitorar plantações remotamente, via smartphones, computadores e tablets. Além disso, a utilização de sensores, espalhados pela propriedade rural e conectados à internet, são capazes de gerar dados que serão analisados e explorados na palma da mão do agricultor, de forma prática e mais eficiente em casos que seja necessária uma resolução.

Drones e VANTs estão sendo a aposta da vez para os trabalhadores rurais. O uso dessas aeronaves não tripuladas permite o monitoramento aéreo em tempo real dos processos de colheita e sensoriamento remoto mais acessível quando comparado ao realizado por satélites.

Esses saltos em termos de tecnologia e inovação estão atrelados à Agricultura de Precisão, tecnologia avançada que serve para avaliar e acompanhar de forma certeira as condições das terras. Ela pode ser definida por um conjunto de ferramentas que são adotadas na área de cultivo, exibindo informações de forma mais detalhada, provendo dados e estatísticas.

“Agricultura de Precisão na Coplacana é estruturada por três pilares que suportam o departamento, Venda de Equipamentos e Assistência Técnica e CoplaMais Serviços, plataforma online que ajudará os cooperados e clientes a terem acessos aos processos disponibilizados pela cooperativa, com os melhores preços do mercado e com total garantia e qualidade que mantemos na Coplacana”, explica Gabriel Camarinha, Coordenador de Agricultura de Precisão.

Atualmente, cerca de 84% dos agricultores brasileiros utilizam pelo menos uma tecnologia como suporte ao seu trabalho no campo, segundo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) — e a perspectiva é de que o número cresça cada vez mais.

 

Assistência Técnica e Extensão Rural

A Lei 12.188, política nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a agricultura familiar e reforma agrária, que passou a vigorar desde janeiro de 2010, é uma grande evolução para a agropecuária brasileira. Essa lei garante que o país consiga a globalização dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural para os agricultores familiares. Somente em 2015, 334 mil agricultores e mais de 400 cooperativas do setor foram atendidos por ela.

A ATER é voltada para médios e pequenos produtores, além de trabalhadores que exploram segmentos relacionados ao agronegócio, como: produtores tradicionais e agricultores familiares.

Na Coplacana, o suporte é realizado na implantação e condução das lavouras e criações. Também são passadas orientações quanto à proteção, preservação dos recursos naturais, processos de inclusão social e fortalecimento da cidadania, incentivo à construção e consolidação de formas cooperativas e associativas para o fortalecimento dos pequenos e médios agricultores.

Os serviços do programa que são oferecidos pela cooperativa são ministrados por engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas, que possuem experiência no agronegócio. Esses processos são aplicados de forma singular, levando em consideração a necessidade de cada trabalhador rural, respeitando sua cultura, hábitos e costumes.

A melhora da renda e a qualidade de vida dos produtores do campo, por meio do aperfeiçoamento dos sistemas de produção, do mecanismo de acesso a recursos, serviços e renda, de forma sustentável, s ã o os principais objetivos dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural.