Previsões de Mercado da Pecuária para 2021

Em parceria com a Coplacana, Sérgio Zen, agrônomo e novo titular da Diretoria de Política Agrícola e Informações, narrou as projeções e as mudanças do mercado pecuário após o início da pandemia do novo coronavírus

O mercado pecuário teve que enfrentar desafios após o surgimento do novo coronavírus. Devido a pandemia e o isolamento social, o consumo de alimentos explodiu em escala global, porém a oferta de produtos não acompanhou esse aumento.

O Brasil é altamente convidativo do ponto de vista do investidor internacional, como Japão, Europa e Estados Unidos, já que eles aportam recursos comprando ações e títulos de empresas brasileiras. Só que quando ocorre o lockdown, que faz parar toda a economia, eles não possuem estrutura agrícola e bovina, como é o caso daqui, e por isso são obrigados a movimentar o mercado nacional.

Sérgio Zen, agrônomo e novo titular da Diretoria de Política Agrícola e Informações (Dipai), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), participou de uma live em parceria com a Coplacana e realizou projeções da pecuária no ano de 2021.

Todos os meses os dados são pegos com base na previsão de câmbio, fundamentos nas exportações passadas e então projetadas para que a Ministra tenha noção do que irá acontecer nos próximos meses e qual será o comportamento de exportação, para que em seguida ela possa compartilhar as noções com o Ministério da Economia e o Banco Central.

“Não temos expansão de área. A gente está prometendo para o mundo que não iremos abrir novas áreas. É coisa séria! E o que vai acontecer por conta dessa promessa? Nós teremos que aumentar a produtividade da terra”, explica Sérgio Zen sobre o aumento do preço da carne bovina.

Trabalhos feitos por australianos preveem que a China, Indonésia, Tailândia, Vietnã e Camboja, que representam um território altamente populoso, vem aumentando sua renda. De acordo com o especialista, esse aumento gera um projeção de que nos próximos 5 anos em média 250 milhões de novos consumidores com renda significativa entrarão no mercado brasileiro de consumo de carne, o que ajudará o Brasil a sair de uma crise ao receber suporte para um crescimento futuro.

O mercado bovino, diferente do suíno e avícola, teve que reinventar, procurando novos cortes, atrelando cortes a raças, para se adequar aos novos padrões de consumo, que se tornaram mais exigentes e veem no produto brasileiro algo confiável e de qualidade.

“Existe uma ligação direta dos grãos na disputa por área com a pecuária. Ela está reagindo no sentido de se tecnificar e receber investimento para produzir um animal mais jovem, portanto com mais insumos, em um tempo mais curto e com uma qualidade maior, mas que vai custar mais para o consumidor final”, conta Zen.

O ano de 2020, como mencionado pelo agrônomo Sérgio, foi o mais rentável da história da agricultura brasileira. “Todos os setores tiveram ganhos”, revela o profissional.