Núcleo de Agricultura de Precisão da Coplacana participa da Agrotic

Durante a live, cooperativa apresentou a pesquisa que revela que a geração Z está mudando o perfil do produtor rural 

Aconteceu entre os dias 14 e 18 de setembro, o Agrotic 2020. O evento –  idealizado pela incubadora tecnológica da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (ESALQtec) e pelo portal Tele.Síntese -, reuniu especialistas e dirigentes de empresas de tecnologia digital e de operadoras de telecomunicações para discutir sobre o papel das tecnologias de informação e comunicação na gestão das propriedades rurais.

Diferente dos anos anteriores, a série de seminários ocorreu no formato de videoconferências com acesso livre para empresas de tecnologia, especialistas e pesquisadores da área, agricultores e o público em geral. 

O segundo dia de debates contou com a participação do especialista em agricultura de precisão da Coplacana, Fabio Salvaia. No painel, a equipe abordou sobre as transformações e diferenças do perfil atual do produtor rural. 

Em sua explanação, o responsável pelo desenvolvimento da agricultura digital da cooperativa apresentou os vários perfis do agricultor rural e suas diferenças geracionais por meio de uma pesquisa realizada com cooperados da instituição para saber sobre seus hábitos tecnológicos. O estudo apontou que os agricultores pertencentes à geração X (nascidos entre 1965 e 1999) e Y (nascidos entre 1985 e1999) são a faixa etária que mais adotam tecnologia para implementar ao agronegócio. 

“Em geral, os agricultores de 25 a 44 anos são os que mais buscam inovação e este perfil de agricultor chega nessas tecnologias pelas mídias sociais e também pela troca de informações com outros produtores por meio das mesmas plataformas” explica Salvaia. 

Entre as plataformas mais usadas no topo estão os grupos de WhatsApp com 44%, pesquisas em sites 33%, Facebook 22%, Instagram, 17%, 6% equivale a feiras e eventos e 6% mídia imprensa. Os intitulados “baby boomers”, pessoas que têm entre 55 e 64 anos e que tem o perfil mais conservador representa apenas 0,6% dos usuários dos meios digitais. 

Além desses dois grupos, estão os jovens de 18 a 24 anos, intitulados geração Z, ou seja, que nasceram dentro deste período e que são considerados nativos digitais e autodidatas online. Eles correspondem a 7,3% dos usuários que buscam por atualização de maneira online. Apesar de representar apenas uma mínima parcela da totalidade dos adeptos de inovação e tecnologia, essa geração possui uma visão muito abrangente da agricultura digital e vai transformar o agronegócio no âmbito tecnológico. A amostra ressalta ainda que o gênero predominante dos produtores rurais é masculino, mostrando que os homens ainda são maioria no controle das fazendas.

O meio de comunicação mais utilizado pelo agricultor rural é o smartphone, com 80% dos agricultores em posse do aparelho. Porém, o seu uso é destinado ao envio de mensagens, sendo que 67% dos agricultores preferem mensagens de texto e voz ao invés de ligação, que tem a margem de 33%. 

O ponto central é a falta de internet nas fazendas, reforça Salvaia, “A conectividade e a topografia do campo são um grande limitante para a interação do agricultor com o mundo digital. Apesar de 84% dos municípios brasileiros possuírem conectividade, no campo a realidade é outra. O índice de alcance de comunicação e internet é bem menor mesmo em locais que estão próximos dos grandes centros. Hoje, o agricultor busca soluções via celular e, bluetooth, que tenham sua rede dentro da propriedade e assim não precisam de depender das grandes companhias”, completa.