Feira Digital Coplacana supera as expectativas para cooperados e parceiros

O tradicional Balcão do Agronegócio da cooperativa, neste ano, aconteceu entre os dias 27/07 e 07/08, em uma plataforma online que foi capaz de conectar clientes, cooperados e vendedores

A Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), com o intuito de gerar novas oportunidades de negócios para os seus clientes e cooperados, criou a Feira Digital Coplacana. O tradicional Balcão do Agronegócio da cooperativa, neste ano, aconteceu entre os dias 27/07 e 07/08, em uma plataforma online que foi capaz de conectar clientes, cooperados e vendedores.

“O intuito da feira foi apresentar aos cooperados e clientes serviços e produtos de melhor qualidade e eficiência para que eles possam elevar a produtividade e baixar seus custos”, explica o presidente da Coplacana, Arnaldo Bortoletto.

O evento contou com a participação simultânea das 27 filiais e duas concessionárias Massey Ferguson que atendem os Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.

O gerente comercial da Coplacana, Roberto Rossi, reforça a importância em realizar a feira em todas as unidades. “Uma fórmula de sucesso também foi manter o nosso Balcão de Negócios nas filiais nos municípios onde as medidas contra a COVID-19 permitiram e, desta forma, ficamos com o atendimento presencial e próximo ao nosso cooperado, mas também com a possibilidade do atendimento virtual”, explica

O balanço da feira foi de R$200 milhões, sendo: R$80 milhões em Defensivos, R$60 milhões em Fertilizantes, R$10 milhões em Máquinas e Implementos e R$9 milhões em Foliares. O site feira.coplacana.com.br teve mais de 13 mil acessos oriundos de 17 países e as lives,totalizaram mais de 1.200 participantes. 

“A COVID-19 fez com que a cooperativa tivesse que repensar a forma de atuação para manter as atividades do ano e com o Balcão de Negócios não seria diferente. O intuito foi oferecer ao cooperado a melhor experiência mesmo à distância”, reforça Marcus Bonafè, gerente de marketing  da Coplacana. “O nosso maior objetivo foi quebrar as barreiras do distanciamento social impostos pela pandemia e continuar compartilhando informações técnicas para o aperfeiçoamento da produção agrícola e aumento da produtividade, levando insumos de qualidade com condições especiais. Criamos uma Feira Digital simples e eficiente”, completa. 

Durante os dez dias da Feira Digital da Coplacana, grandes nomes do agronegócio passaram pelo evento. As mesas de debates trataram dos mais variados assuntos relacionados ao mundo do agronegócio para deixar os cooperados e visitantes bem informados sobre o cenário atual do setor. Biodiversidade, economia, práticas de cultivo,tecnologia e as novidades em produtos para o produtor rural foram temas das rodas de conversas do evento. 

No primeiro dia, a live de estreia contou com a presença do Roberto Rodrigues. O ex-ministro da agricultura, pecuária e abastecimento, ex-secretário de Agricultura e do Abastecimento do Estado de São Paulo e atual Embaixador do Cooperativismo no Brasil pela ONU dialogou com o público sobre as perspectivas do agronegócio brasileiro e o papel do cooperativismo. 

Conduzida por Roberto Rossi, diretor-adjunto comercial da Coplacana, a palestra começou com a palavra de boas-vindas de Arnaldo Antonio Bortoletto, presidente da cooperativa agradecendo a todos os participantes pela presença na primeira feira digital.. “Estamos iniciando a 1ª Feira Digital. Nossa equipe preparou com muito carinho este evento para vocês, cooperados e parceiros”, afirma.

O ex-ministro da agricultura abriu o discurso explicando a importância das cooperativas para o agro.

 “O cooperativismo é a única solução mundial para que os pequenos e médios produtores consigam avançar e ganhar condições de sobrevivência social e economia. O que a Coplacana faz neste sentido é exemplar e é uma grande honra participar dessa reunião”,pontua Rodrigues. 

Para ele, o agronegócio brasileiro vem desempenhando um excelente papel mesmo em meio à crise econômica e a pandemia de COVID-19. Ele enfatiza que o Brasil é o único país agrícola com relevância do mundo que obteve aumento no número de exportações nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Exemplo disso é a soja, que, em 2019, foi exportava ao equivalente a 43 toneladas. Já em 2020, o número subiu para 62 milhões de toneladas.

Em seguida, Rodrigues enfatizou a importância da segurança alimentar e como este tema vai estar presente e conduzir o futuro do setor, uma vez que o País esteja se destacando no mercado, os concorrentes criaram barreiras comerciais que limitam a atuação competitiva brasileira. Países denominados desenvolvidos estão criando um neoprotecionismo agrícola que ameaça o mercado mundial. “Alguns mercados estão proibindo a exportação de produtos excedentes para garantir quantidade de alimentos suficiente para que não falte comida para a sua população, já outras nações estão criando tarifas para impedir a importação de países como o Brasil para garantir os seus produtores rurais. Todas essas ações são feitas em nome da segurança alimentar que se tornou um pouco crucial neste período de quarentena. Isso vai tornar a disputa comercial mais acirrada”, esclarece. Mesmo diante deste quadro, o Brasil mostra um cenário positivo para seus agricultores e sua produção. 

Três fatores dentro da análise mundial firmam o potencial da produção agrícola brasileira em aumentar sua capacidade produtiva em 41% em 10 anos: tecnologia, terra disponível e capacidade humana empresarial elegem o Brasil para esta expansão. 

“O agricultor brasileiro é um empreendedor fantástico, corajoso e determinado. Ele aprende novas técnicas rapidamente, as aplica e segue em frente com competência melhorando cada vez mais a nossa condição competitiva. Temos um trabalho sustentável com um grande campo para desenvolver o trabalho, uma mão de obra competente e em boa parte jovem. Isso mostra para o mundo que podemos crescer no tempo esperado. Mas para que isso aconteça precisa haver políticas públicas, infraestrutura e logística, diplomacia e a organização dos produtores rurais, e isso é composto por dois braços: político que são os sindicatos e associações de classe, e o econômico que são representados pelas cooperativas”,ressalta.

Segundo Roberto Rodrigues, o cooperativismo é uma doutrina considerada braço econômico da organização social. É um mecanismo que auxilia a melhorar a condição econômica e social das sociedades. “Hoje, existem 1 bilhão de pessoas filiadas a cooperativas pelo mundo e posso afirmar que na crise o cooperativismo avança”, pontua.

O tema Manejo da Broca da Cana da Amostragem ao Resultado foi discutido em um dos dias da live. O assunto causou grande interesse do público participante sendo um dos debates de maior audiência. A moderadora da mesa foi a engenheira agrônoma da Coplacana, Carla Pessato, e a palestra foi conduzida pelo Dr. José Francisco Garcia, sócio-diretor da GlobalCana, e Leonardo Brusantin gerente de desenvolvimento de mercado da FMC. Garcia começou o bate-papo apresentando um panorama atual da intensidade de infestação final da broca de cana-de-açúcar nas plantações brasileiras.

 “Existe uma carência e uma grande divergência de números no mercado. Por isso, há a preocupação de ter índices corretos para evidenciar quais ações estão sendo tomadas e quais são os resultados. Com equipes na linha de frente do campo levantando as informações necessárias, com certeza teremos dados mais precisos e realizaremos o manejo de forma coerente”, pontuou Garcia. 

Na sequência, Garcia evidencia a evolução dos processos no manejo da broca de cana desde 2010 com o aumento do uso de apenas uma ferramenta  para o manuseio integrado mudando o perfil da praga no campo e agilizando o sistema do método. 

Sobre a prática do manejo, Garcia afirma que com o trabalho executado de forma correta, utilizando os instrumentos adequados no período e com investimentos certeiros,a broca de cana pode ser controlada dentro de um intervalo de um ano. Para o sucesso da contenção da praga existem dez passos que podem garantir o sucesso de um trabalho satisfatório. A armadilha usada como ferramenta de contenção é um método de alta confiabilidade na sua utilização e, segundo o especialista, é fundamental. “Este é um ponto-chave. Com a redução de equipe em campo, o uso da armadilha necessita de uma estrutura adequada, especificamente, dedicada para o funcionamento do método. Ela precisa ser distribuída de forma homogênea na fazenda posicionando uma a cada 50 hectares. Ainda é preciso lembrar também que não é recomendado colocá-las na borda em bordadura de fazenda onde existe divisa com mato, água ou com algumas culturas como milho”, explica José Garcia. 

O profissional comentou sobre as diferenças e processos do controle químico como: Sulcão de plantio, MPB, pulverização nuclear e o controle biológico: liberação de mecânica, manejo integrado e entomologia agrícola. Ele finaliza ressaltando a importância da atenção a estas as pragas que são corriqueiras no dia a dia do cultivo.

A agricultura sustentável e os bioinsumos também foi tema das lives. Para falar sobre isso foram convidados a pesquisadora de milho e sorgo da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Christinane Abreu de Oliveira Paiva, e o diretor da Plant Health Care Brasil, Rodrigo de Miranda.

A pesquisadora apontou que no Brasil existe uma grande expansão de produtividade elevada e isso exige que a produção em larga escala seja sustentável. “Dentro dessa tendência de encaixe, a importância dos bioinsumos é fundamental para que essa produtividade alcance patamares de qualidade ambiental. A produção agrícola está atrelada ao consumo de nutrientes. O custo de fertilizantes do Brasil é alto e o uso bioinsumos inoculantes ajudam a diminuir os gastos de produção e, por consequência, produzir alimentos seguros e causar o bem-estar social e ambiental. A utilização de fontes alternativas ajuda a preservar o meio ambiente. Um exemplo disso é que a produção de fertilizantes é responsável pela emissão de 1,2% de gases de efeito estufa. O excesso de fertilizantes utilizados prejudica a saúde do solo”, comenta. 

A EMBRAPA tem investido em pesquisas para ampliar seu portfólio de insumos para haver a substituição de insumos sintéticos por biólogos destinados aos nutrientes, controle de pragas e doenças. A proposta também é diminuir o uso de fertilizantes e trocar por alternativas renováveis com base biológica e descobrir bioativos. “Alguns exemplos de resultados são o azospirillum desenvolvido pela EMBRAPA Soja e a nitrospilillum criada pela EMBRAPA Agrobiologia. Ambos são inoculantes e fazem parte do portfólio da EMBRAPA disponíveis para o uso”, diz.  

Também resultado de pesquisas, a entidade traz para o mercado o Biophos. Inoculante que auxilia no aumento de absorção de fósforo com microorganismos solubilizadores de fosfato. Ele contém em sua formação microorganismos que solubilizam o fosfato. 

Na sequência, Rodrigo de Miranda abordou com o público as tendências dos bioinsumos no mercado e sua importância para a agricultura. Os bioinsumos são utilizados desde o início da agricultura. Entre os bioinsumos estão fertilizantes orgânicos,biológicos, defensivos a agrícolas a base de microorganismos ou de substâncias orgânicas e biológicas, inoculantes e bioestimulantes e hormônios naturais..  Atualmente, os bioinsumos estão presentes em 60% da área cultivada e movimentam mais de R$ 1 milhão anualmente no Brasil e tem melhorando a produtividade e sustentabilidade do cultivo gerando maior rentabilidade ao agricultor e maior segurança alimentar para a sociedade. 

No Brasil existe o programa Nacional de Bioinsumos. Lançado pelo Ministério da Agricultura, em maio de deste ano, o programa tem o objetivo de utilizar a biodiversidade brasileira para produzir tecnologias sustentáveis e acessíveis para o agricultor.. 

“Este programa é uma excelente iniciativa, pois vai melhorar a regulamentação do segmento e assegurar que as tecnologias disponíveis sejam suficientes e seguras”, explica Miranda. 

Este incentivo facilitará o acesso e uma maior produção a tecnologias como o H2COPLA que é resultado de uma parceria da PHC, Plant Health Care e Coplacana. É um fertilizante orgânico que estimula a fisiologia das plantas, promovendo o crescimento sustentável e, consequentemente, gera maior produtividade. Originalmente, o produto foi desenvolvido, em 1992, na Universidade de Cornell pelo cientista Zhongmin. O produto tem em sua composição a proteína Harpin que contém propriedades hidrolisadas secretadas por bactérias fitopatogênicas de ocorrência natural no meio ambiente. 

“Ele é aplicado na superfície viva da planta e os receptores de proteína identificam a proteína muito rapidamente. E a mensagem é passada para dentro da planta e então distribuída sistemicamente por todo corpo do organismo. Em menos de 24 horas, a fisiologia é alterada, o que resulta em uma melhor eficiência de todos os processos fisiológicos, alterando inclusive a parte morfológica da planta”, reforça Miranda. 

Utilizado para a cana, o produto traz grandes resultados. “Ao longo das últimas quatro safras houve 24% de incremento de produtividade em cana soca, 28% em planta cana,33% em produtividade em corte de soqueira e 50% de incremento na taxa de multiplicação de meiosi”, explica.

Para falar sobre o Manejo Inteligente de Doenças na Cultura da Soja foi convidado o professor Fernando Cezar Juliatti. O especialista começou a palestra traçando uma linha do tempo da evolução das doenças na cultura da soja, mostrando quais são as principais pragas e como elas mudaram o manejo ao longo do tempo. E ressaltou que pela variedade pragas, o cultivo de soja no Brasil tem desafios. “Produzir soja no Brasil é bem mais difícil do que na condição do cornibiotico americano em função dos desafios que nós temos com pragas e doenças. Hoje, o mercado brasileiro de defensivos,incluindo fungicidas, inseticidas e herbicidas chega a marca de US$ 10 bilhões. Deste número,US$ 4 milhões  atribuímos ao manejo das doenças de soja.Principalmente, a ferrugem da soja que representa 90% do mercado brasileiro de uso desses insumos para a proteção das plantas”, explica Juliatti. 

O cenário da soja está mudando. A utilização do cultivo de ciclo indeterminado busca preparar o solo para cultivar algodão ou milho. Neste contexto, doenças em soja como necrotróficas iniciam, já no primeiro estágio do cultivo,causando danos na primeira folha. 

Cada região brasileira tem pragas características.. Na região Sul, o principal problema são as doenças de solo e o “Mofo Branco”, na região Sudeste é possível encontrar ferrugem, septoria e algumas doenças de solo como macrofomina. No Centro-Oeste, temos a mancha alvo que está entre as principais pragas no Estado de Goiás, Tocantins, Mato Gosso e Pará. Nas plantações da região Norte há a antracnose. 

Além destes assuntos, os cooperados e parceiros puderam se informar sobre os últimos lançamentos em máquinas agrícolas destinadas à pulverização dos canavieiros com as marcas Massey Ferguson e Jacto. Os especialistas em tratores e plantio também conversaram com o público sobre a relevância das marcas no Brasil. 

Ainda no tópico de equipamentos e tecnologias, os participantes entenderam melhor sobre ferramentas de aumento de produtividade, drones e geoprocessamento como tecnologias para incremento de produtividade na agricultura de precisão. Também houve o painel sobre custos de produção atrelados àqualidade da matéria-prima e o uso de maturador com Dr. João Rosa, engenheiro agrônomo.  Para os produtores de grãos, ocorreu o debate sobre a importância da genética e do tratamento de sementes para as culturas de grãos com o palestrante  Plínio Lima, da área de desenvolvimento técnico de mercado da NK Sementes. 

O cenário macroeconômico e o agronegócio foi explicado pelo economista e especialista em investimentos da BB DT VM, Paulo Sergio Manzione. Fechando com o tema sobre como o cooperativismo de crédito pode ajudar na pandemia: linhas de crédito e auxílio ao cooperado, a live final contou com a presença de dois palestrantes: Tatiane Leonessa, superintendente de crédito da SICOB Cocre, e Viera Junior,gerente de comunicação e marketing  e sustentabilidade da SICOB Cocre. 

Rodrigo de Miranda – Engenheiro agrônomo, diretor da Plant Health Care Brasil.

A experiência da1ªFeira Digital da Coplacana foi ótima. Desde o começo apoiamos e temos certeza de que os resultados foram maravilhosos, não só para nós, mas para os cooperados e toda a cooperativa.

Acredito que este modelo foi essencial nesse momento de isolamento, pois permitiu ao produtor ter acesso à informação por meio das lives e, ao mesmo tempo, encontrar o ambiente para fazer seus negócios da forma como ele desejava. Assim, pôde fazer bons negócios com garantia de qualidade, enriquecer seus suprimentos para aprimorar ainda mais sua produção agrícola.

Nós sabemos o quanto é importante a interação pessoal, mas esta forma digital e o balcão que foi mantido permitiram ao agricultor o alcance dos produtos e do conhecimento necessários. Com o isolamento, cada teve acesso à informação que queria e onde estivesse. Seja no escritório, no campo, na roça, embaixo de uma árvore. Nada substitui o contato direto, mas a facilidade de acesso que o formato gerou, creio que vai tornar o modelo digital um recurso interessante a ser utilizado também no futuro, com grandes benefícios.Para nós da Plant Health Care Brasil, trouxe mesmo um benefício muito grande. Do ponto de vista da companhia, nossas vendas foram muito boas.